Cinco pessoas já concordaram em dar 400.000 reais à construtora Moro, do Paraná, que ergueu o edifício mais estranho do Brasil. O prédio fica em Curitiba, possui onze andares (há seis unidades à venda, para quem se interessar) e todos eles giram independentemente uns dos outros. Cada andar dispõe de controle individual e o proprietário decide quando seu imóvel vai rodar, e para que lado. A velocidade é constante e o tempo necessário para dar uma volta completa é de uma hora., tem o nome de Suíte Vollard e se tornou um ponto de visitação na cidade. Todos querem espiar aquele que é o primeiro edifício do mundo que rodopia de alto a baixo – e por fatias.
Para funcionar, o sistema tem seus truques. O imóvel, de 270 metros quadrados, é redondo e há apenas um apartamento por andar. Na parte central do edifício, fica o que se pode chamar de espinha dorsal da
Para funcionar, o sistema tem seus truques. O imóvel, de 270 metros quadrados, é redondo e há apenas um apartamento por andar. Na parte central do edifício, fica o que se pode chamar de espinha dorsal da
construção, que não gira. Nessa área, onde estão a cozinha e o banheiro, passam as tubulações de água, gás e esgoto. Numa das laterais do prédio ficam os elevadores, o hall de entrada e a área de serviço, que também não rodam. Entre as duas fatias, há um piso móvel, de metal, com 14 metros de diâmetro (veja ilustração). A estrutura metálica está ligada a um motor. Essa grande chapa gira sobre a base de concreto do andar, como se fosse um disco de música. Nesse pedaço da casa, ficam os quartos e as salas. O imóvel obedece ao estilo loft, sem divisórias. Todos os cômodos têm acesso aos janelões de vidro, que proporcionam uma vista panorâmica, exceto o banheiro e a cozinha.
Um dos desafios dos projetistas foi fazer a fiação elétrica, já que não poderia estar concentrada apenas na fatia fixa. Os arquitetos desenvolveram um esquema especial. A fiação do imóvel é levada da rua para os apartamentos através da espinha dorsal. Com as técnicas normais de construção, os fios seriam espalhados pelo imóvel e acabariam enrolados. Empregou-se uma tecnologia diferente. Os pontos de luz são energizados por meio de um trilho de cobre que gira com a plataforma. As tomadas ficam no chão. Infelizmente, não foi possível fazer o mesmo com o fio da antena da TV. Ou seja, para quem tem TV a cabo, o aparelho só funciona se ficar na parte fixa da casa. O problema, nesse caso, é o morador querer assistir à TV a cabo sentado na poltrona enquanto o apartamento gira.
Outro problema foi a segurança do sistema. Os arquitetos quebraram a cabeça para evitar que alguém se ferisse por causa dos vãos localizados entre a parte fixa e a móvel. Primeiro, estabeleceram que a distância entre elas seria de menos de 1 centímetro. Depois, elaboraram uma caixinha, uma espécie de rodapé de proteção, que cobre toda a extensão dos vãos. Ninguém consegue explicar para que serve um apartamento que gira – nem a construtora, nem os futuros moradores. Expor os cômodos ao sol? Sim, pode ser. Mudar a vista da sala? Sim, também pode ser isso. Enfim, cada um faz o que quer com o dinheiro que tem.
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