segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Concreto entre céu e mar.

Linhas puras e elegantes dão forma a este refúgio de fim de semana inserido em uma paisagem exuberante.


"Esta casa foi criada para entreter e relaxar", diz o arquiteto italiano Renato D’Ettorre, que vive em Sydney, na Austrália, sobre o projeto que ele assina na também australiana e paradisíaca ilha Hamilton. Com tantas belezas naturais ao redor, o proprietário não fez muitas exigências para seu refúgio de férias e fins de semana, só pediu que houvesse no mínimo três quartos para acomodar a família com conforto e privacidade. Para D’Ettorre, esse foi um trabalho dos sonhos, que lhe deu a oportunidade de usar o elemento natural que mais o inspira: a água. Tal fascínio começou durante a infância, em Abruzzo, na Itália. "Eu ia com a minha família para o campo e sempre admirava os rios, riachos e nascentes, por causa dos sons e dos movimentos", diz. Utilizando a premissa de que cada pedaço de terra é único e especial, o profissional iniciou seu processo de criação fotografando as pedras que havia no terreno. A ideia principal era aproveitar a topografia do lugar sem remover nem alterar as rochas. Entre outras, a ilha Hamilton tem severas restrições às construções - e uma delas é quanto à paleta de cores: todos os imóveis precisam estar em harmonia com a vegetação. Por isso, o branco estava fora das opções. O concreto foi o material eleito para ser, ao mesmo tempo, estrutura e revestimento, resultando em um lindo contraste com as tonalidades da paisagem. Grandes panos de vidro auxiliam na integração da área interna com o exterior, além de suavizar a sobriedade do concreto. Pensando no conforto térmico tanto nos dias mais quentes quanto nos mais frios, D’Ettorre garantiu ambientes agradáveis em todas as estações. Na decoração do piso superior, o branco foi escolhido por transmitir sensação de tranquilidade e frescor - os matizes mais vibrantes são vistos pontualmente em alguns acessórios. Como o piso inferior é a única parte da residência que não recebe luz solar diretamente, foi o local escolhido para a piscina, onde o proprietário e seus convidados podem relaxar no verão. Em harmonia com o desejo do arquiteto de oferecer múltiplas perspectivas da paisagem, uma passarela interna permite vistas de todas as partes da casa.



  • Os grandes vãos, possíveis graças à estrutura de concreto, permitem que a natureza se integre aos ambientes da casa - como na área social junto à piscina, que é um dos espaços de relaxamento e contemplação. A extensa porta de correr, quando fechada, auxilia no conforto térmico nos dias mais frios. O pufe Orange, a mesa Grey Island e o tapete Sahara são da marca italiana Paola Lenti.

  • O azul-turquesa da raia que cerca a área de estar se mistura com o tom do oceano. A decoração colorida aquece o ambiente, em contraste com a frieza do cinza e dos painéis de vidro
  • A escada dá acesso à piscina e a passagem transparente acima liga os dois blocos da casa.

  • Detalhe da escada que conecta os diferentes níveis da construção e um dos jardins aquáticos que emolduram a casa.


  •  Mesa de jantar desenhada pelo arquiteto Renato D’Ettore e cadeiras Hola, de Hannes Wettstein, para a Cassina. O mármore travertino foi escolhido não só por harmonizar com o concreto mas também por sua textura e sua cor serem agradáveis nos dias quentes.


  •  É possível enxergar a parte interna da piscina e confundi-la com o mar graças à lateral de vidro. No solário, mobiliário branco de Gandia Blasco: mesa Pada Baja, da coleção Na Xemena, e bancos da coleção Saler.


0 comentários:

Share

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More